Intervenção de Bruno Luz
9.ª Assembleia da Organização Regional do Algarve
15 Dezembro 2018, Faro
Boa tarde camaradas!
Em primeiro lugar quero saudar todos os presentes nesta nona Assembleia Regional do PCP.
Camaradas vou intervir sobre a luta dos trabalhadores das autarquias.
Ao longo de vários anos que esta classe de trabalhadores tem vindo a ser prejudicada pelos sucessivos governos de PS, PSD e CDS.
Os trabalhadores viram retirados os seus direitos mais básicos, viram reduzido os seus orçamentos familiares, levando várias famílias à asfixia.
Questão que se agravou com o governo PSD/CDS, governo marcado pelaausteridade e pelos cortes, e pelas palavras mansas e decisões ruinosas, um governo retalhista, que entregou Portugal nas mãos do grande capital estrangeiro.
Um governo que não se poupou a meios e recursos para mostrar a sua natureza feroz contra os trabalhadores, um governo que pôs o país na maior crise depois do 25 de Abril,e andavam eles governando, cortando daqui cortando dali, sempre em nome do “crescimento económico e do bem de Portugal”, alegando que “no estado em que estava o país não havia alternativa”.
Camaradas este foi um período negro na história de Portugal, um atentado à democracia, um período como já disse marcado pela austeridade, mas também marcado pelas várias lutas dos trabalhadores, que se manifestaram, reivindicaram, exigiram repostos os seus direitos e os direitos de Abril.
Em todas estas lutas também os trabalhadores da administração local, classe discriminada, desvalorizada, e fortemente penalizada pela política de direita, onde milhares de trabalhadores ganhavam o ordenado mínimo, sem direito a progressão nas carreiras, e que viram extintas as suas profissões para se tornarem assistentes operacionais desvalorizando desta forma a mão de obra qualificada.
Todos vimos serem despedidos milhares de trabalhadores de Câmaras Municipais, e outras entidades da administração local, descapitalizando ou reduzindo ao mínimo os vários sectores de meios humanos essenciais ao bom funcionamento dos serviços, numa política óbvia de tentativa de privatizar dos serviços públicos.
Foram quatro anos de política lesiva ao país, de austeridade, e foi nessa medida que os trabalhadores e povo português no dia 4 de outubro de 2015 escolheu a mudança, elegendo uma nova correlação de forças, e que graças ao PCP se abriu uma nova fase da vida política nacional.
A luta tem sido determinante para alcançar a reposição de direitos e rendimentos, foi com a luta que se conseguiu a reposição das 35 horas semanais ainda com o governo PSD e CDS nos seus últimos dias, grande vitória dos trabalhadores. Foi a luta que repôs a contratação de novos trabalhadores, foi a luta que repôs a progressão nas carreiras, foi a luta que permitiu o aumento dos salários, nomeadamente o Salário Mínimo Nacional, foi com a luta que se repôs os 25 de férias, entre outras vitórias arrancadas ao governo do PS.
Graças à luta e à acção do PCP.
É de valorizar, mas insuficiente, é preciso e possível ir mais longe, é necessário romper definitivamente com as imposições da União Europeia, é necessário emancipar o povo e os trabalhadores Portugueses da tirania do capitalismo e das tenazes europeias.
Camaradas ao visitarmos vários locais de trabalho entre Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia verificamos que os trabalhadores reconhecem e valorizam as conquistas alcançadas graças às lutas travadas, dizem nos que é necessário fazer mais e para isso não vão baixar os braços e vão continuar a luta por mais direitos, e mais salários, com o PCP que vêm hoje como a força política capaz de defender os seus interesses e revindicações mais profundas.
Viva o Partido Comunista Português.