Intervenção de Amélia Cunha

9.ª Assembleia da Organização Regional do Algarve

15 Dezembro 2018, Faro

9 AORAL Amelia

Em nome da comissão concelhia de Vila Real de Santo António saúdo todos os delegados e convidados presentes na IX Assembleia da Organização Regional do Algarve.

Camaradas:
No quadro da nova composição da Assembleia da República, foi possível concretizar importantes avanços na defesa, reposição e conquista de direitos dos trabalhadores e do nosso povo, com a iniciativa e o contributo decisivo do Partido Comunista Português. Mas, a política de direita continua, esta política agrava as dependências da nossa economia, destrói a nossa capacidade produtiva e fragiliza o país.

Camaradas:
No concelho de Vila Real de Santo António todos estes problemas existem, mas são agravados por termos tido durante os últimos 13 anos uma câmara de maioria absoluta PSD, antecedida pelo PS, que, com uma política de despesismo, levou esta autarquia ao endividamento e à crescente dependência do turismo e da especulação imobiliária.

Iniciou-se há vários anos a privatização do espaço público – com o parqueamento pago,, a instalação de negócios em pleno complexo desportivo, e destruição dos jardins de Monte Gordo
Foi necessário enfrentar a privatização do serviço de recolha do lixo e a alienação de património municipal. 
Lutamos contra este caminho que incluiu a tentativa de privatização dos serviços de água, que foi possível travar, em 2017, mas que agora regressou e a primeira consequência é o despedimento de vários trabalhadores do município.

O ataque aos serviços públicos de proximidade – Caixa Geral de Depósitos, CTT, Centro e Extensões de Saúde e até o Posto de Turismo - foi constante. O exemplo da tentativa de encerramento duma escola do primeiro ciclo, que foi travada por uma luta liderada pelos pais com apoio do PCP e dos nossos eleitos, mostra que vale a pena lutar. 
Tribunas públicas, manifestações, abaixo-assinados são formas de mobilização que permitiram mobilizar populações em diversas situações.

Camaradas:
A dependência que os vila-realenses têm da autarquia, condiciona as escolhas sempre influenciadas pelo receio de perderem os apoios sociais ou um emprego próprio ou para um familiar. Estas dependências, que permitem ocultar as grandes negociatas, fizeram com que este PSD se tenha mantido no poder.

Nas últimas eleições, apesar de todos estes condicionalismos, conseguimos um maior número de votos e de eleitos. Mantivemos o vereador, aumentando a nossa capacidade de intervenção em todos os órgãos autárquicos. Com este aumento na votação e o cada vez maior descalabro em que o PSD está a afundar o concelho, com uma dívida a aumentar todos os dias e os condicionalismos do FAM, temos esperança que os vila-realenses voltem a levar a competência e a honestidade da CDU à maioria no município. A preparação coletiva da intervenção autárquica, com um envolvimento que vai para além dos eleitos, tem potenciado a intervenção nos órgãos e junto das populações na resolução dos problemas que as afetam.

Em várias situações a participação do nosso deputado na Assembleia da República e a intervenção do Grupo Parlamentar têm dado um contributo decisivo.

Camaradas: 
A mudança de instalações do Centro de Trabalho, foi uma luta que os comunistas vila-realenses ganharam. O despejo do antigo Centro de Trabalho pela Câmara Municipal foi ultrapassado com um arrendamento por 25anos em novas instalações A sua inauguração em Abril de 2016 foi um momento de festa e de união dos militantes e amigos do nosso partido.
O reforço da Comissão Concelhia, com cooptações de novos camaradas permitiu superar algumas dificuldades. até à realização da Assembleia da Organização,em Junho deste ano.

Nos vários momentos eleitorais que decorreram desde a 8ªAssembleia Regional, onde, pelas suas características de proximidade e envolvimento se destacam as autárquicas, muitos militantes e amigos, com menos atividade, disseram presente e colaboraram no grande esforço partidário, na compartição com fundos, no contacto com as populações, no contacto porta a porta, no esclarecimento das nossas posições políticas e do nosso programa autárquico.

Na sequência deste trabalho, alguns amigos deram o passo de aderir ao PCP, reforçando o esforço para a campanha de contacto com trabalhadores que resultou já em 5 novos recrutamentos

Camaradas, 
apesar de avanços positivos, há várias condicionantes no trabalho da organizaçãoa média etária dos nossos militantes é alta; um significativo número de militantes tem pouca participação na actividade do partido; o valor das cotas é na generalidade baixo e a cobrança regular é dificultada por fragilidades na estruturação da organização.

No entanto, apesar da situação financeira ser exigente e em demasiados momentos estarmos em atraso com as transferências para a Organização Regional e com a editorial Avante!, a experiência mostra que com empenho e envolvimento de mais camaradas é possível superar estas dificuldades, como acontece quando se organizam abordagens para regularização de quotização ou se desenvolvem campanhas de fundos, como aquela que está em curso.

A realização de diversas iniciativas de convívio, debates, exposições, e naturalmente o Aniversário do Partido, do Avante ou da Revolução de Abril, são desenvolvidas sempre com um esforço no alargamento a outros amigos, onde o recente exemplo da Feira do Livro, que levou à abertura diária do Centro de Trabalho durante duas semanas, mostra que é também com novas iniciativas que se envolvem e responsabilizam mais camaradas nas muitas tarefas que temos entre mãos.

Camaradas:
Acabo com o poeta:
“….somos o Partido
Comunista e Português
aonde só faz sentido
sermos mais de cada vez.
Quantos somos? Como somos?
novos e velhos: iguais.
Sendo o que nós sempre fomos
cada vez seremos mais!”

Viva a 9ª Assembleia da Organização Regional – 
Viva o PCP