Intervenção de Maria José Madeira
9.ª Assembleia da Organização Regional do Algarve
15 Dezembro 2018, Faro
Em primeiro lugar queremos saudar e valorizar esta grandiosa Assembleia Regional do Algarve
Camaradas, com as propostas de alterações ao código de trabalho em 2012, governo PSD (passos coelho) avançou com introdução de banco de horas, adaptabilidades e a redução do valor das indenizações, agravou em muito as condições de trabalho para a maioria dos trabalhadores do sector do Comércio Escritórios e Serviços, bem como para a maioria dos portugueses. Se o Código de trabalho já era mau, as atuais propostas de alterações impostas pelo actual governo PS,( que se encontra para aprovação na Assembleia da República), para o nosso sector Comércio, Escritórios e Serviços irá ser muito grave, pois isto será “ouro sobre azul” para os patrões de algumas superfícies comerciais, pois generalizar para os trabalhadores à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração períodos experimentais de 180 dias (6 meses de trabalho), é generalizar a precariedade e facilitar os despedimentos.
Introduzir no Código do Trabalho a possibilidade de 65% dos trabalhadores de uma secção, local de trabalho ou empresa imporem a todos os outros colegas regimes de bancos de horas é um imenso atropelo aos direitos individuais dos trabalhadores e à conciliação da sua vida pessoal e familiar.
Camaradas o Sector do Comércio, atravessa neste momento um grande ataque aos trabalhadores das empresas da grande distribuição ao final
26 meses de negociação (empresas filiadas na associação Patronal da APED) (Sonae, Pingo Doce/Jerónimo Martins, Auchan, Lidl, Dia/Minipreço e muitas outras) continuam a não apresentar propostas de verdadeiro aumento dos salários e correcção das injustiças e discriminações existentes relativamente ás progressões das carreiras dos trabalhadores dos armazéns. Pelo contrário, continuam a querer reduzir o valor do trabalho extraordinário e desregular ainda mais os horários de trabalho com a introdução do banco de horas no CCT.
Neste sector de lucros milionários, os salários dos trabalhadores continuam ao nível do salário mínimo nacional ou pouco acima, horários longos, desregulados e sem respeito pela harmonização da vida profissional com a vida pessoal familiar, grande índice de precariedade dos vínculos laborais, redução do número de trabalhadores com ritmos de trabalho desumanos e enorme pressão para atingir objectivos.
Os trabalhadores não aceitam esta falta de respeito das empresas e da APED e vão continuar a luta!
Está emitido um pré-aviso de greve para o sector da grande distribuição para o próximo dia 24 de Dezembro.
Viva a IX Assembleia da Organização regional do PCP Algarve
Viva o PCP
Viva a Luta dos Trabalhadores