X Assembleia da Organização Regional do Algarve

A Intervenção do Partido no concelho de Loulé, Bruno Almeida

Faro, 10 de Dezembro de 2022

Bruno Almeida

Camaradas,

Em nome da Comissão de Concelhia de Loulé queria saudar a 10ª Assembleia de Organização Regional do Algarve!

Nos últimos 4 anos, data em que se realizou a última Assembleia de Organização, a Comissão de Concelhia de Loulé assumiu as suas responsabilidades perante os trabalhadores e as populações do concelho:

-Procurou agir e intervir em torno das aspirações e dos problemas que atingem o Concelho fosse na apresentação de projectos e propostas para a sua solução ou na dinamização e mobilização para a luta;

-Procurou reforçar a organização;

-Procurou, no quadro geral das orientações do Partido, levar por diante o conjunto de tarefas, acções e iniciativas que importaram valorizar e projectar;

-e Procurou intensificar a ligação, o esclarecimento e a mobilização dos trabalhadores e da população do concelho.

 

A realização da 7ª Assembleia da Organização Concelhia de Loulé do PCP, teve como objectivos, a necessidade de reforço do Partido, do alargamento da sua influência e capacidade de intervenção.

Recrutar, rejuvenescer e responsabilizar mais membros do Partido, estruturar a organização tendo por base a sua ligação à classe operária e ao conjunto dos trabalhadores, alargar a sua influência política e ideológica no concelho, são condições determinantes para o desenvolvimento da luta de massas, para o alargamento do trabalho unitário e para a elevação da consciência política das populações.

 

NESTE QUADRO, do necessário reforço da influência social do Partido, tem muita importância a acção dirigida a camadas e sectores específicos trabalhadores, juventude, mulheres, reformados, micro e pequenos empresários, imigrantes, entre outros. O reforço da organização, através da inscrição e integração de novos militantes tal como a formação e a responsabilização desses novos quadros constituem uma questão DECISIVA para ultrapassar dificuldades e preparar o Partido para intervir.

 

1-Decidimos alargar o contacto com os trabalhadores, visando o recrutamento para o Partido apontando como empresas prioritárias: a Cimpor; a DHL; CME; CTT, e Visabeira. Estivemos presentes nas várias frentes do sector hoteleiro e não deixamos para trás os trabalhadores do município.

2- Nas últimas eleições autárquicas de 2021 , voltamos a eleger 1 membro para a Assembleia Municipal de Loulé e 1 membro na Assembleia de freguesia de Alte, sendo a nossa intervenção orientada para a defesa da população do concelho, levando propostas e sugestões, denunciando problemas, defendendo os direitos dos trabalhadores e das populações.

 

Camaradas

 

Deixem-me que vos fale do trabalho desenvolvido na luta pelo controlo público dos CTT, sobre o qual o Partido exige a recuperação da propriedade pública com a reabertura das estações de correio e centros de distribuição.

 

Ao longo de MAIS de cinco séculos, e particularmente nas décadas mais recentes, os trabalhadores do serviço postal nacional contribuíram, através do seu esforço e dedicação, para a construção de um serviço de qualidade, prestável, ágil, próximo e, sobretudo, de confiança.

Este serviço fez a sua parte, durante anos, para assegurar a coesão social, económica e territorial do País, assim como para garantir o direito inalienável das populações à correspondência e à comunicação.

 

Entre 2013 e 2014, brotou o fruto da Troika e esse paradigma inverteu-se com um processo de privatização sobre uma empresa que nunca deu prejuízo e que pôs em confronto, por um lado, os direitos da população e dos trabalhadores postais, e, por outro lado, os custos de produção e os “lucros e dividendos” dos accionistas, um clássico do grande capital predador por natureza.

 

Os dividendos dos accionistas pesaram mais nas contas dos grupos económicos, que se tornaram donos desta estratégica empresa, que desde então tem vindo a ser CONSECUTIVAMENTE DELAPIDADA destacando-se hoje a desastrosa resposta da empresa às necessidades públicas, falhas, atrasos, saque de património, rescisão de contratos laborais, deslocalização de trabalhadores, incumprimento dos índices de qualidade, transformação das estações de correios em agências bancárias e a elevada distribuição de dividendos aos acionistas, enfim, os direitos dos trabalhadores e populações foram claramente atirados para segundo, senão para último, plano.

 

Está claro também que esta administração não quer assim tanto o serviço postal universal, quer sim as ramificações dos Correios de Portugal para segmentos mais lucrativos.

 

(A título de curiosidade deixem-me que vos diga que o número de queixas que deram entrada no Portal da Queixa aumentou, só no período entre 2014 e 2018 uns assustadores 2700% e que registaram-se mais de 10.000 queixas em 2021 quando em 2013 se registaram 50 durante o ano inteiro).

 

Bem

Somadas as curvas e contra-curvas da longa história dos correios portugueses, o resultado fruto da má gestão dos sucessivos governos PS, PSD e CDS-PP é, até agora, dramático destruíndo a reputação de um serviço de qualidade, construída ao longo de mais de 500 anos.

 

No concelho Loulé a distribuição postal,não fugiu à conjuntura, agravando o isolamento, as assimetrias e coesão territorial. Temos a ausência de “giros” por prolongados períodos de tempo e “giros” demasiado grandes para serem cumpridos em horário aceitável e que são consequência da falta de trabalhadores derivado das políticas de baixos salários.

Mesmo a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) através da sua última acção no Concelho pode corroborar um tão mau desempenho.

 

É caso para dizer que afinal, o carteiro não toca duas vezes!

 

 

 

Viva ao PCP!