Intervenção de Adriana Cavaco

9.ª Assembleia da Organização Regional do Algarve

15 Dezembro 2018, Faro

Adriana Cavaco

Camaradas, amigas e amigos,

Permitam-me, em nome da concelhia do PCP de São Brás de Alportel, saudar todos os delegados e convidados nesta Assembleia de Organização Regional do Algarve e, por seu intermédio, todos os camaradas da Região.

Camaradas,

A Concelhia de São Brás de Alportel tem conhecido dificuldades crescentes nos últimos anos, agravadas neste ano de 2018 pelo facto de termos ficado sem Centro de trabalho. À semelhança de muitos que procuram naquele concelho uma casa para residir, também nós temos sido confrontados com a dificuldade em encontrar um espaço adequado às nossas necessidades e às nossas possibilidades, no que a renda diz respeito.

As demais dificuldades, que não vêm de agora, devem-se a questões como a idade avançada de muitos dos camaradas que compõem a concelhia, bem como, à saída de alguns quadros do concelho e da região. Saídas motivadas, muitas vezes pela busca de melhores condições de vida.

Com efeito, são muitos os são-brasenses que se vêm obrigados a, todos os dias, sair do seu concelho para trabalhar nos concelhos vizinhos. O que acontece porque a indústria que vai surgindo no concelho é pouca e de natureza familiar, à semelhança do que acontece com o comércio. As exceções são as grandes superfícies comerciais que empregam um maior número de gente, ainda assim pouco significativo no concelho. Até a indústria da transformação de cortiça, outrora motivo de fama de São Brás de Alportel, é hoje uma sombra do que foi no passado. Assim, o maior empregador do município é a Câmara Municipal, seguida, pelo Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul.

Há evidentes manifestações destas dificuldades, sentidas principalmente, na própria organização, de responsabilização de mais camaradas por tarefas diversas, nomeadamente a recolha de quotização que continua a ser menor que o desejável, e, consequentemente, no trabalho desenvolvido, como na capacidade de fazer chegar informação à população, ou na organização de iniciativas diversas.

Neste sentido, encaramos com particular preocupação a necessidade de recrutamento, forma de trazer sangue novo e rejuvenescer o Partido, alargando e aprofundando a relação do partido com aqueles que no concelho reconhecem e valorizam o trabalho que o PCP realiza.

Por isso, e apesar de um início tardio, estamos empenhados na campanha nacional de cinco mil contactos, decidida pelo nosso Comité Central. Procurando principalmente a ligação aos locais de trabalho existentes no concelho, temos procurado chegar à conversa com os trabalhadores, mais ou menos conhecidos das nossas lutas. Apesar de, até ao momento, não ter resultado ainda nenhuma adesão ao PCP, foram muitas as manifestações de uma vontade de aproximação que, estamos certos, poderá vir a dar frutos no futuro. Haja a audácia e a força para continuar a criar pontes!

Não obstante as dificuldades, já aqui referidas, não ignoramos as muitas potencialidades existentes. Exemplo disso é a minha presença nesta Assembleia como delegada, que durante anos integrei de forma independente as listas do Partido, e este ano dei o passo em frente e aderi ao partido.

De valorizar também o crescimento, ainda que de forma não muito substancial, do número de camaradas a quem chega a imprensa do partido.

É pois, com evidente reconhecimento das dificuldades, mas também com a confiança de que o trabalho e perseverança darão os seus frutos, que continuaremos a trabalhar diariamente, sempre tendo no centro das nossas atenções os problemas e aspirações dos trabalhadores e da população.

Só assim teremos um PCP mais forte e mais preparado para atuar e cumprir o seu papel, sejam quais forem as condições em que tenha que vir a atuar. Assim o exigem as muitas tarefas que temos pela frente, assim exige a construção de verdadeira alternativa democrática e de esquerda.

Viva a 9ª Assembleia de Organização Regional do Algarve do PCP!

Viva o Partido Comunista Português!