Featured

O Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, veio ao Algarve para passar a imagem de que o Governo está a adoptar medidas que respondam aos graves problemas de insegurança que assolam a região.

Entre outros factores, três ordens de razões determinaram a sua deslocação:

   a) A pressão de residentes estrangeiros de comunidades que têm sido objecto de assaltos violentos;
   b) A preocupação de tais acontecimentos no aumento da quebra turística de cidadãos oriundos desses países em resultado da má propaganda feita pelas vítimas;
   c) Anunciar novos passos no controlo dos cidadãos, em particular imigrantes, num quadro de um brutal desemprego que atinge a região e dos milhares de trabalhadores portugueses ou oriundos de empresas portuguesas, muitas delas ligadas à construção civil, que agora se encontram desempregados e que trabalhavam em Espanha.

De há muito que o PCP tem vindo a denunciar a situação e a propor medidas – reforço de efectivos e reforço de meios. Aquilo a que sucessivamente temos assistido é às medidas do costume: reforço de efectivos no Verão para turista ver e anúncios de mais videovigilâncias que não resolvem nenhum problema de fundo, como se constata pelas notícias de variadíssimos assaltos a locais portadores desses dispositivos.

O PCP considera profundamente lamentável que o MAI, ao misturar os problemas de segurança dos cidadãos e anúncios de aperto do controlo de imigrantes, seja indutor e propagador da ideia de que a criminalidade está associada aos imigrantes, contribuindo assim para o fomento de concepções profundamente retrógradas e perigosas.  

Para o PCP todo o crime deve ser punido independentemente de quem o pratica.

Num quadro de aprofundamento dos dramas sociais e humanos resultantes de uma política que não dignifica o trabalho e os trabalhadores, em que se empobrece a trabalhar, em que 25% dos jovens até aos 17 anos são pobres, o combate à criminalidade necessita de uma concepção distinta daquela que tem vindo a ser implementada, desde logo através do afastamento das forças de segurança dos cidadãos.