Privatização da ANA e TAP

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1- A TAP é, há mais de meio século, a principal companhia aérea nacional; emprega directamente cerca de 20 mil trabalhadores; é uma empresa chave nas exportações nacionais, no turismo, na actividade económica, na coesão territorial; é, a par da ANA aeroportos um elemento estruturante de um sector de que nenhum país soberano pode prescindir.

2- A ANA é a empresa responsável pela gestão dos aeroportos de Faro, Lisboa, Porto e das regiões autónomas da Madeira e Açores. A ANA é uma empresa pública lucrativa, que assumiu - e assume - praticamente sozinha toda a modernização e investimento na rede aeroportuária nacional, incluindo a recente requalificação do Aeroporto de Faro. A ANA dá lucros de muitos milhões e o encaixe conjuntural com a privatização terá como contrapartida uma redução de receitas e um aumento de despesas no futuro – como aconteceu com a privatização de outras empresas estratégicas como a EDP ou a GALP, colocando o país a pagar rendas ao exterior por uma rede de infraestruturas nacional, a troco de um encaixe conjuntural feito para pagar juros à banca!

3- Com a privatização da ANA e da TAP o Aeroporto de Faro ficaria subordinado aos interesses do capital estrangeiro que, em vez de servir a actividade turística da região, passaria a actividade turística a servir os interesses dos grupos económicos que tomassem conta do Aeroporto e facilitaria os despedimentos e o agravamento da exploração dos mais de 1000 trabalhadores que trabalham no Aeroporto de Faro.

4- O governo PSD/CDS-PP, assim como o PS – que já previa a privatização da TAP nos chamados PEC's – conhecem os riscos desta privatização. Mas não são os problemas financeiros destas empresas, onde o Estado não coloca um euro há mais de uma década, que determinam esta opção, mas sim, a submissão aos interesses do grande capital estrangeiro que quer absorver a TAP e a ANA (tal como fez noutros pontos da Europa e do mundo) deixando um rasto de desemprego, dependência económica e Estados soberanos à mercê do grande capital.

5- O PCP apela à luta dos trabalhadores do Aeroporto – TAP; ANA; Portway; Lojas Francas; etc – e às populações do Algarve para que intensifiquem a luta contra as privatizações. Para o PCP a única opção que serve os interesses dos trabalhadores destas empresas, do Algarve e do país, é a manutenção da TAP e da ANA enquanto empresas públicas, integradas numa política de desenvolvimento e modernização dos transportes e da economia regional e nacional.

6- Neste sentido, o PCP realizará amanhã, dia 10 de Outubro, pelas 9:00 uma acção de contacto e esclarecimento junto dos trabalhadores e dos utentes do Aeroporto de Faro.